Conhecimento: sentidos organizados com lógica
Há uma escolha daquele que transmite o conhecimento. A nossa é de nivelar as capacidades por cima.
Aulas de Tango como conhecemos hoje datam da década de 90. Até então, era na sala de casa, na esquina da quadra, nos braços daquele que sabÃa mais – e se confiava – que acidentalmente acontecia a coisa. Logo, aprender a dançar Tango pode, até hoje, acontecer de forma completamente casual, pela boa vontade da tia ou do amigo, apoiando-se em pouca ou nenhuma técnica consciente. Assim aconteceu por anos e por isso o Tango existe.
Em algum ponto natural de sua evolução, alguém passou a ensiná-lo mais sistematicamente, inventando códigos que o ajudasse a tal, chegando a conceitos que fossem mais gerais e acessÃveis em larga escala. Aumenta a quantidade, diminui a qualidade. Aprende-se errado. Menos. O caminho tortuoso que nunca leva a resultados felizes é o que achamos ser o “difÃcil” na opinião da maioria que já provou e desistiu.
O grande desafio para aprender a dançar Tango não está nele em si e sim em, da parte de quem aprende, saber discernir entre conselhos bons e ruins, professores mais ou menos honestos e até mesmo os motivos de estarem recebendo essa ou aquela informação.
Como se não bastasse, há ainda a variedade de estilo. Como uma lÃngua espontânea e orgânica, o Tango foi tomando formas e caminhos no decorrer das décadas, todos eles bem fundamentados, entre gerações. O estudante, no entanto, tem que estar preparado para montar um quebra-cabeça, unir peças históricas cujo encaixe é a boa informação em si.
O estudante deveria ter das duas, pelo menos uma das sortes: a de encontrar um professor confiável OU ter um raciocÃnio de questionamento e curiosidade a validar o que está acontecendo em aula.
É com orgulho que informamos que o Tango Academy Brasil e seu método de imersão, que foi se modelando ao longo de década e meia, considera toda essa complexidade. E também que já está provado que é eficiente. A contradição de ensinar a muitos, afinal queremos construir a comunidade milonguera, ao mesmo tempo que evitando as generalizações perigosas; propor desafios comuns com soluções particulares (subjetivas); apresentar os variados estilos ainda vivos hoje e estimular veladamente a conquista do estilo próprio; estes e outros são preceitos básicos para nós.
Bem-vindos à Academia,
Juliana Maggioli
Deixamos que nossas principais inspirações teóricas expliquem nosso método por nós:
Aristóteles.
Piaget.
Nietzsche.
Carl Sagan.
Eric S. Raymond.
Hakim Bey.
Tango ao bailar não é uma arte intelectual. Ensinar e aprender o Tango talvez seja.
Academia & Liceu
A Academia de Platão, como ficou conhecida a escola do filósofo em um jardim de Atenas, foi um lugar de reunião de interessados em discutir sistematicamente Artes, Ciência, Filosofia, afim de produzir conhecimento. No entanto, é no Liceu de Aristóteles que a metodologia que conhecemos hoje como cientÃfica começa a dar sinais, graças ao ponto de vista particular deste que foi o mais brilhante do seguidores platônicos. Considerava a percepção como o acesso ao real e a razão como o instrumento para organizar as informações apreendidas. Aristóteles inventa a lógica e dela se serve para sua vontade de classificação de dados coletados que, por indução, levam a conceitos gerais. Em última análise, conhecer as causas para concluir sobre as prováveis consequências, eventos futuros.
Do Discurso do Método, de Descates: “Conduzir por ordem os meus pensamentos, começando pelos objetos mais simples e fáceis de serem conhecidos, para subir, pouco a pouco, como por degraus, até o conhecimento mais composto, e supondo mesmo certa ordem entre os que não se precedem naturalmente uns aos outros”
Aristóteles, por alguns considerado o primeiro cientista, acreditava que o conhecimento era derivado da experiência com o real. Aà um dos principais atritos com Platão, defensor do protagonismo das idéias. Algumas das principais divergências com seu mestre são aquelas que o método TangoLAB se fundamenta. ☆